Durante a recente Brazil Conference, um episódio chocante de racismo veio à tona, trazendo à luz questões profundas sobre inclusão e diversidade nos espaços acadêmicos. Realizada na prestigiada Universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), a conferência foi palco de um incidente perturbador, denunciado pela embaixadora do Instituto DuClima, Naira Santa Rita, e por Marta Melo, da Fundação Sapiência.
O relato é angustiante: enquanto participavam do evento, Naira e Marta foram alvo de comentários racistas feitos por três mulheres brancas, que discutiam sobre suas tranças e dreads, sem saber que elas entendiam inglês. As palavras depreciativas, questionando se “aquelas negras” teriam piolhos em seus cabelos, ecoaram em um ambiente que se pretende inclusivo e diversificado.
O mais perturbador é a hesitação de Naira em confrontar as agressoras. Consciente das possíveis repercussões, especialmente como mulher negra, ela e sua colega sentiram-se desfavorecidas em um ambiente onde as vozes minoritárias deveriam ser respeitadas e valorizadas.
Em um ato de coragem e determinação, as embaixadoras Naira e Marta decidiram não apenas denunciar o incidente, mas também exigir uma mudança tangível. Durante um painel sobre impacto social na Brazil Conference, elas leram uma carta, clamando por uma representatividade mais significativa na organização do evento e por medidas eficazes de combate ao racismo.
A resposta oficial da organização da Brazil Conference nas redes sociais foi de repúdio ao ocorrido, comprometendo-se a tomar medidas apropriadas. Reiteraram seu compromisso de combater o racismo e promover um ambiente inclusivo e diversificado, destacando a importância fundamental de respeitar todas as vozes.
No entanto, é lamentável que Naira e Marta, jovens empreendedoras negras, tenham sido confrontadas com tal situação em um espaço onde esperavam compartilhar suas experiências e projetos. Este incidente nos lembra de maneira alarmante que o racismo persiste, até mesmo em instituições acadêmicas de renome.
Assista ao vídeo da corajosa leitura da carta feita por essas duas jovens mulheres negras empreendedoras, que nos inspiram a refletir e agir contra o racismo arraigado em nossa sociedade.
