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Empresário Morto em Aeroporto de Guarulhos: Conexões com PCC, Criptomoedas e Imóveis

Empresário Morto em Aeroporto de Guarulhos: Conexões com PCC, Criptomoedas e Imóveis
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que foi assassinado no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, nesta sexta-feira (8), tinha várias conexões com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Entre essas conexões estão Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, além de negócios envolvendo criptomoedas, imóveis e futebol.
Gritzbach havia sido alvo de um atentado no Natal do ano passado, mas não se feriu. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do PCC. O acordo de delação premiada foi homologado pela Justiça em abril, após dois anos de negociações com o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ele já havia prestado seis depoimentos.
Na delação, o empresário revelou o envolvimento do PCC com o futebol e o mercado imobiliário, além de fornecer informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django. Assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue
Vinícius era acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, em 2021. O executor do crime, Noé Alves Schaum, foi assassinado em 2022, no mesmo bairro. Em julho, a Justiça de São Paulo decidiu levar o empresário e o agente penitenciário David Moreira da Silva a júri popular pelos assassinatos.
O empresário teria mandado matar Cara Preta após receber R$ 40 milhões para investir em criptomoedas, desviar o dinheiro e ser descoberto. Cara Preta era um integrante influente do PCC, envolvido com o tráfico internacional de drogas e outros delitos. Sem Sangue era o motorista e braço direito dele.
Vinícius deixou a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau em junho de 2023, usando tornozeleira eletrônica. A defesa temia pela vida dele, afirmando que ele poderia ser morto por integrantes da facção criminosa se ficasse preso. Operação com Criptomoedas, Imóveis e Futebol
Na denúncia contra os acusados do assassinato, o MPSP afirmou que Vinícius trabalhava com imóveis e operações com bitcoins. Após conhecer Cara Preta, passou a realizar negócios e fazer investimentos para ele. Cara Preta suspeitou que o empresário estava se apropriando de parte dos valores e começou a cobrar a prestação de contas e devolução do dinheiro.
O empresário entregou ao MPSP uma lista de imóveis de luxo comprados por narcotraficantes do PCC na zona leste de São Paulo e em Bertioga. Ele afirmou que Cara Preta adquiriu uma cobertura de R$ 15 milhões no bairro onde foi morto, em um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas do PCC.
Vinícius também intermediou a compra de dois imóveis em Riviera de São Lourenço, em Bertioga, para Cláudio Marcos de Almeida, o Django, sócio de Cara Preta. Django foi assassinado em uma guerra interna do PCC, em janeiro de 2022. Um imóvel custou R$ 5,1 milhões e o outro R$ 2,2 milhões. Os valores eram de origem ilícita.
O empresário detalhou aos promotores de Justiça o esquema de agenciamento de jogadores do Corinthians e de outros times do futebol paulista, realizado pela mesma quadrilha da facção criminosa. Assassinado no Aeroporto
Gritzbach foi morto em um ataque a tiros no aeroporto de Guarulhos. Um carro que teria sido usado pelos atiradores foi apreendido pela polícia. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.
A polícia investiga se ele foi assassinado a mando do PCC. Outras possibilidades não são descartadas, como queima de arquivo, devido ao acordo de delação premiada e aos vários inimigos que são agentes públicos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.
Gritzbach dizia a pessoas próximas que temia pela vida. Na delação feita ao MPSP, ele disse que um advogado ligado ao PCC ofereceu R$ 3 milhões “pela cabeça” dele.
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